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01-junho 2015

REALIDADE EM ESPÍRITO SANTO DO PINHAL /SP


..............favor dirigir-se a Jacutinga...........ou a Andradas..........

Com um misto de tristeza e indignação vi e fotografei um enorme cartaz afixado na porta da Loja Zema que dizia: “A Zema informa que está encerrando suas atividades em E.S. do Pinhal. Para recebimento de parcela, favor dirigir-se a filial de Jacutinga E para produto de assistência técnica dirigir-se a filial de Andradas”. Como todo pinhalense que viveu uma Espírito Santo do Pinhal líder em vários setores de atividades e que hoje a vê caudatária de quase todos municípios da região, doeu como uma punhalada. Até quando vamos aguentar isso? Eu mesmo respondo. Até que nós pinhalenses acordemos para uma realidade. Fomos, somos e sempre seremos um município com vocação agrícola. Então a solução está no campo. Está na verdadeira poupança oculta, escondida em cerca de 700 propriedades rurais das quais, perto de 600, são de pequenos agricultores, escondida em quase 32.500 ha de terras, já deduzidas as áreas urbanas, de APP e Reserva Legal, dos quais perto de 22.000 ha são de pequenos produtores e pasmem, em números aproximados, 10.000 ha são de terras ociosas ou mal aproveitadas. Imaginem essas áreas, com uma ocupação otimizada por um mercado garantido e pensem no montante de dinheiro circulando no município, com todos os benefícios sociais, econômicos e financeiros que daí adviriam.  Imaginem tudo isso somado aos recursos advindos da cultura do café.  Há também, compondo esse quadro, mão de obra ociosa de trabalhadores sem capacitação específica, pronta e ávida para entrar no mercado de trabalho. Por outro lado há um mercado fortemente comprador para mamona, milho, dezenas de oleaginosas destinadas a usinas de biodiesel, há o PAA que, além de favorecer todas entidades beneficentes do município, é uma alavanca nada desprezível para os produtores rurais, principalmente os de hortifrutigranjeiros. Mas, neste último caso, não temos nem uma cooperativa de agricultores familiares que possa beneficiar seus cooperados, participando daquele programa. Não podemos e não devemos ficar eternamente dependentes do café. Ele já fez, está e continuará fazendo a sua parte. Mas não basta isso. Ninguém aqui vai dizer que não é bom trazer indústrias para o município. Ninguém aqui vai dizer que não é bom qualificar os trabalhadores. Isto pode e deve ser feito. Mas, paralelamente, há que se preocupar com o campo. Ali está uma resposta mais rápida em termos de geração de emprego e renda, já que há estudos de que uma oportunidade de trabalho no campo desencadeia de 3 a 5 na cidade e de que um emprego no campo custa para o município, muito menos do que um emprego na cidade. Obviamente não tem a mesma visibilidade. Mas é por isso que o produtor rural precisa deixar de perguntar o que o governo, o que os poderes executivo e legislativo locais, o que entidades financeiras e outros, podem fazer por ele. É a hora do produtor rural perguntar. -O que eu posso fazer por mim? -O que eu posso fazer por Espírito Santo do Pinhal? E não pensar que cada um fazer a sua parte seja suficiente. Tem que fazer a sua parte sim. Mas unido a outros que também estejam fazendo a deles. Nesse sentido, como passo inicial, alguns produtores rurais do município estão se mobilizando para constituir uma cooperativa de agricultores familiares que, como se sabe, pode ter até 30% de não familiares, como cooperados. Somente com a união é que o produtor rural chegará a amealhar recursos, conseguir uma assistência técnica de qualidade que, além de presencial, os atenda em todas suas necessidades, acessar mercados para seus produtos, enfim, resgatar a própria estima, obter sucesso financeiro e, por consequência, contribuir para uma Espírito Santo do Pinhal cada vez mais rica e pujante. E que não passemos mais por vexames como o do início destes comentários.  

José Clástode Martelli, cidadão Pinhalense




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